SOBRE NÓS
Conheça um pouco melhor a história do Projeto Progressão.
Fundação
O Projeto Progressão foi fundado em 2012 por um grupo de alunos, na época no 1° ano do ensino médio, da Etec de São Paulo (ETESP). Maria Leonor Torgal Miranda Dias Fonseca, uma das integrantes desse grupo, escreveu o seguinte depoimento a respeito da motivação para começar o Projeto:
"Antes da ETESP, estudei durante todo o ensino fundamental em uma escola pública do meu bairro - e moro em um bom bairro. Percebo hoje que era uma escola acima da média. Quando entrei na ETESP, uma das primeiras coisas que notei foi a diferença entre os alunos de lá e da minha antiga escola. Eles eram visivelmente mais ricos, em grande parte brancos como eu; quando falávamos sobre origem, apesar dos bairros divergirem, as escolas tinham um mesmo padrão - todas particulares. Na minha turma de 40 estudantes, apenas mais três vieram de escola pública. Desses, um virou muito amigo meu. Me dei conta que eu não era a única a estranhar a estrutura da escola, o diferente padrão de provas e trabalhos, as preocupações dos alunos.
Durante o primeiro ano, digeri essas diferenças. Via as pessoas do meu fundamental seguindo outro rumo, estudando nas escolas para onde foram designadas. Na rede pública foi implantado na época um sistema de zoneamento, de forma que existe uma lista de 3 ou 4 escolas que o aluno elenca e é encaixado de acordo com a disponibilidade de vagas. Na prática, isso limita muito as opções dos alunos e aqueles que vivem em regiões de baixo investimento continuarão estudando nessas regiões. As vagas de escola fora da zona são muito difíceis de conseguir, geralmente por contatos com alguém da rede. Eu não segui o mesmo rumo porque meus pais me pagaram um cursinho no meu nono ano, que preparava para a prova do Vestibulinho, processo que seleciona os alunos das Etecs.
Ao final do primeiro ano, eu tinha uma ideia fixa: essa situação era injusta. E enquanto eu vivia com ela, pensava insistentemente que não era possível que nada pudesse ser feito. Falava sobre isso com meus amigos. Um domingo me dei conta: talvez houvesse algo. E se criássemos um grupo na escola para isso? Alunos da ETESP que aceitassem se tornar tutores de alguns estudantes de 9° ano de rede pública. Que estimulassem e ensinassem a esses alunos o conteúdo cobrado nas provas - não aprendemos na rede pública os conteúdos cobrados, nem somos estimulados a tentar fazer a prova."
Desenvolvimento
O Projeto passou por muitas mudanças desde a sua idealização. Mudou do formato de tutoria para o de salas de aula com professores de cada matéria. Em 2013, seu primeiro ano de atuação na prática, as aulas eram ministradas por um pequeno grupo de alunos, durante a semana, no pátio da Etec de São Paulo, com lousas de caneta. Com o passar do tempo, a direção da ETESP concedeu algumas salas de aula aos sábados para o Projeto.
Nos anos seguintes, cresceu didaticamente e do ponto de vista organizacional. Dos 2 alunos que permaneceram durante todo 2013, foi para 20, 50, 80, 100. O número de voluntários aumentou, assim como o apoio e reconhecimento ao Projeto dentro da ETESP.
Atualmente
Atualmente o Projeto lida com cerca de 120 novos alunos por ano, com capacidade para até 6 salas de aula. São ministradas 7 disciplinas ao todo: português, matemática, história, geografia, biologia, química e física, todas por alunos e ex-alunos voluntários da Etec de São Paulo (melhor escola pública da capital), acompanhadas por simulados e materiais de apoio - com tudo completamente gratuito.